Por enquanto, o pior despertador coletivo do mal começado ano

Futuramente há de se disponibilizar à sociedade do Quirguistão e qualquer indivíduo de fora que tiver o honroso interesse um retrato, em processo de montagem por equipes investigativas nacionais e estrangeiras, das circunstâncias que fizeram um avião "pousar" sobre um espaço residencial a despeito de ali perto haver um aeroporto, possuidor de estrutura designada para tal procedimento. Porém a cataclísmica aterragem quase de imediato pôe às claras com destino a motivar mudanças de consciência e atitude entre governantes e governados pendências compreendendo um tema mundialmente hodierno, o comportamento de profissionais de mídia e o de quaisquer outros cidadãos no uso das modernas facilidades de comunicação, e problemáticas regionais relativas ao ordenamento urbano e a lida com diferenciações étnicas.

Eram pouco mais de 7 horas da manhã do recente dia 16 quando um avião cargueiro Boeing 747 da empresa turca MyCargo (ou ACT) Airlines foi de encontro à povoação Dachi-SU (também chamada Dacha-SUU em matéria do jornal Delo), perto do aeroporto Manas, na capital quirguiz, Bishkek. Logo num momento de ainda não concluído descanso de muitos moradores a aeronave terminava sua trajetória de Hong Kong a Istanbul, a maior cidade do país de origem, antecipada e abruptamente, destruindo entre 23 e 30 casas, muitas das quais arrastara durante a queda e explosão. À altura dos fatores estavam os frutos da combinação entre eles. Esvaíram-se 39 vidas, pertencendo quatro à tripulação e o restante a gente que vivia nos imóveis. Outras muitas foram acometidas por queimaduras, intoxicação por querosene vazado do Boeing e/ou chagas psicológicas (gravemente manifestas em pacientes com sintomas de neurose situacional) provenientes da perda de seu abrigo, bens e entes queridos, visto que a tragédia chegou a destroçar famílias inteiras.

Um nevoeiro marcava as primeiras horas daquele dia na cidade sem criar impecilhos a manobras de aviões que passaram por Manas antes do veículo sinistrado. Deixando de fornecer dados aos controladores de tráfego antes do acidente, a equipe condutora do Boeing 747 abrira um entre variados caminhos de ideias através de cuja análise mais profunda pelas autoridades federais e um comité interestatal de aviação há de vir por completo à tona o papel das condições do aparelho e dos atos dos tripulantes e dos supervisores de voo naquele desenlace do trajeto. Também começou a atuar o governo do país no fornecimento de abrigos temporários (primeiramente no hotel Sementey, ao centro de Bishkek, e agora em apartamentos provisórios) e outros auxílios materiais aos sobreviventes, além de sondagens no local do desastre para mensurar e reverter na medida do possível danos ambientais provindos do fogo e do vazamento de 100 litros de querosene.

Nessa missão de auxílio a um grupo humano que escapou de uma tragédia a recuperar as perdas materiais inerentes a ela e a partir daí superar uma parte dos reflexos emocionais reside uma oportunidade de sanar o déficit imobiliário que atinge tal grupo e afastar de outros montantes populacionais o risco de serem acometidos por dramas análogos de maneira a exemplarmente iniciar o enfrentamento de questões correlatas à ocupação e uso do solo urbano seguindo uma rota que nem se aproxime de crônicos erros dos quais a recente tragédia teria ganhado algum suporte. A muito provavelmente agora acabada história de Dachi-SU começou em 1986, quando a localidade foi criada para abrigar trabalhadores de Manas, no contexto da presença do Quirguistão na União Soviética. Durante aquele tempo que antecedia o fim do bloco político-econômico ou depois que ele ruiu, também atingiu aquele ponto um fenômeno migratório visto em outras áreas da capital. Do interior do Estsdo centro-asiático veio uma população adicional à dimensão demográfica e territorial de sua matriz administrativa. Em questão de espaço, Dachi-SU expandiu-se por causa dos novos moradores até se aproximar muito da pista do aeródromo. Mediante esse e demais fatos no nicho da abusiva expansão urbana mostra-se como em tantas precedentes ocasiões a verdadeira força com que a estrutura governamental e financeira originária do velho sistema favoreceu o interesse de muitos quirguizes em permanecerem nos locais de residência, mais evidentemente fora de Bishkek. É igualmente estimável segundo o real panorama o quanto os grupos políticos às mãos dos quais o país passou desde os anos 1990 tomaram partido das maiores liberdades advindas da queda do comunismo no aperfeiçoamento teórico e prático dos ditames que apontam aos investidores e fregueses do ramo imobiliário os modos e ambientes corretos para uma relação provedora de contínua proteção a ambos contra o preço que a longo prazo lhes pode ser cobrado da omissão nos cuidados com a saúde e segurança humanas e ecológicas.

Hoje, uma parte da comunidade quirguiz cujo tamanho vai depender dos caracteres socioeconômicos gerais de sua pátria teve a sorte de nascer em um tempo de relativa mundialização do acesso a sofisticados meios de troca de informações ou ter vivido o suficiente para se integrar a dita ordem. Sob ela se retraem amplamente as distâncias entre as inúmeras instituições governantes e populações do globo no tocante ao intercâmbio de experiências e/ou ideias sobre o contorno de muitas demandas. Entretanto, coube a Tattygul Dootalieva, agora ex-funcionária do órgão governamentaal KGMA, algo como "Academia Estatal Quirguiz de Medicina", que em postagem no Facebook comemorou a tragédia supostamente envolvendo muita gente do sul do Quirguistão dizendo que a catástrofe foi uma "seleção natural" e ajudou a "limpar" a nação, a devida recompensa por dentro do enredo representar o firme apego de muitos indivíduos do planeta a discursos, agora mais propensos a terem efeito por causa das novas mídias, sobre mediações de litígios entre dispares etnias e culturas residentes em um mesmo território que não lhes dispõem saídas à altura de suas especificidades, competentes para equilibrar entre as partes antagônicas o atendimento a seus respectivos interesses acessórios ou indispensáveis.

Entre os fatos conectados à tragédia aérea há uma expressão do fôlego que do uso exibicionista de redes sociais pode ter recebido o maior foco de certos profissionais e empresas de mídia jornalística do Quirguistão, seguindo tendência de outras partes da Terra, no tamanho da audiência vindoura com a divulgação de conteúdos em vez do quão podem influenciar em mudanças positivas nas reações gerais aos assuntos que abordam. Alvo foi de dita situação uma criança resgatado com vida dos escombros de sua casa, de onde sua família, como outras, saiu sem igual sorte. Não mais tendo a partir daí defensores consanguíneos disponíveis ininterruptamente, o remanescente da parentela foi exposto por inteiro em filmagens televisivas e fotos para publicações impressas ou virtuais, um ato cujo alinhamento à ética midiática é visto de formas diferentes entre os especialistas em comunicação. Na monta de espectadores a quem as produções iconográficas chegaram, sem dúvida, como é desejável, haverä gente pretensa a deixar-se testar pelos trámites legais a fim de se adequar para adotar o pequeno ser, da maneira como os defensores dos registros estimam. Mas à medida que for se desenvolvendo seu vigor cognitivo, este futuro cidadão, se tiver contato com os registros e testemunhar novas situações calamitosas similares, poderá perceber a localização de sua história de vida junto a outras impactadas por reviravoltas trágicas e a imediata busca do melhor ângulo contemplativo do cenário de horror por trabalhadores da imprensa e consumidores de seus produtos cooperando para a mútua satisfação de incompreensível fetiche comum por desgraças alheias.

No futuro o poder público e a sociedade quirguizes estarão a par do que fez o avião cair, tendo no que se inspirar na elaboração, debate e postura em vigor de renovados meios para manter seguro o tráfego aéreo. A espera pela posse completa das conclusões imprescindíveis ao constante aperfeiçoamento do controle de fluxo aeroviário nada agrega positivamente, contudo, à contumaz supervisão autocrítica a ser exigida aos detentores do poder institucional, a mídia e a massa servente a eles de seus jeitos de tomarem partido de diversos impasses grupais. Contrariamente, um relacionamento omisso com os assuntos favorece consequências principalmente de longo prazo, sobretudo as irreversíveis perdas de vidas humanas, talvez do mesmo porte que as marcas de um insucesso caído do céu pelo qual se parece necessário esperar para o início de mudanças de pensamento e ação.

(Referências:
https://www.gazeta.kg/news/kyrgyzstan/178687-krushenie-boinga-747-pravitelstvo-vydelilo-postradavshim-vremennoe-zhile.html

http://24.kg/obschestvo/43424_krushenie_boinga-747_polzovatelya_Facebook_trebuyut_privlech_k_otvetstvennosti_z_negativnyie_kommentarii_o_pogibshih/

http://24.kg/obschestvo/43427_krushenie_boinga-747_tattyigul_dootalievu_uvolili_iz_kgma_/

http://24.kg/obschestvo/43432_krushenie_boinga-747_gknb_vyines_tattyigul_dootalievoy_predosterejenie/

http://24.kg/obschestvo/43661_krushenie_boinga-747_chast_oblomkov_samoleta_napravyat_dlya_issledovaniya_v_ssha_/

http://24.kg/obschestvo/43383_krushenie_boinga-747_pominutnaya_hronologiya/

http://kyrtag.kg/society/eksperty-mak-proveli-zavershayushchiy-etap-rassledovaniya-prichin-katastrofy-turetskogo-laynera-kash/

https://www.gazeta.kg/news/kyrgyzstan/170957-krushenie-boinga-747-kompaniya-mycargo-airlines-vozmestit-uscherb-pogibshim-i-postradavshim.html

http://24.kg/obschestvo/43457_mediaekspertyi_ne_mogut_skazat_narushali_li_jurnalistyi_etiku_osveschaya_krushenie_boinga-747/

http://24.kg/obschestvo/43424_krushenie_boinga-747_polzovatelya_Facebook_trebuyut_privlech_k_otvetstvennosti_za_negativnyie_kommentarii_o_pogibshih/

http://24.kg/obschestvo/43418_krushenie_boinga-747_mediki_proveryat_kachestvo_vodyi_v_dachnom_poselke/

http://24.kg/obschestvo/43464_jertvyi_krusheniya_boinga-747_s_nimi_proschaetsya_kyirgyizstan_/

http://24.kg/obschestvo/43454_krushenie_boinga-747_k_medikam_obratilis_patsientyi_s_otravleniem_kerosinom_i_pereohlajdeniem_/

https://www.gazeta.kg/news/kyrgyzstan/170583-gruzovoy-samolet-ruhnul-na-zhilye-doma-vozle-aeroporta-manas-bolee-30-pogibshih.html

http://www.delo.kg/index.php/2011-08-04-18-06-26/10443-katastrofa)

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