Ou os réus compraram votos ou os acusadores compraram a Justiça

Cassados há quase um mês {1} pelo Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) por suspeito arrebanhamento de eleitores por meio de sua atração com privilégios, o governador José Melo (PROS) e o vice Henrique de Oliveira (Solidariedade) estão por uns poucos fios. Os demais romperam-se de forma teórica pela decisão do órgão, restando análises complementares. É nelas que o processo corre risco de ser abortado face a elementos que desvinculariam as denúncias à vontade comum.

As coligações de Melo e do atual Ministro de Minas e Energia Eduardo Braga (PMDB) acabaram se sobressaindo entre os outros candidatos nas disputas estaduais e federais de 2014 com índices de preferência eleitoral próximos, um desafio à segurança na escolha do vencedor. A superação do impasse requereu que se repetisse a dose do pleito com as duas frentes. Mas logo em fins de segundo turno, tenso momento para muitos corações, viera a Polícia Federal com encarceramentos de envolvidos na campanha do prosista e apreensões de bens materiais, como documentos e muito dinheiro. Sob a aptidão dos aplicadores da lei se fora pelo ar um esquema propenso a render vantagens nas urnas dispensando "chatos e caducos sermões aos eleitores" mostrando uma maquete de como a chapa transformaria o Amazonas em caso de vitória. O buraco era mais fundo, pois foi seca uma fonte de benefícios a igrejas, impedindo a mescla entre o santo e o pútrido.

O direito ao brado de campeão foi dos melistas, em nada interferindo a ausência da máquina captora de sufrágio. Tal modo em que a disputa se finalizou indicava vitória da democracia usada com imprudência de cujo emprego o preço seria cobrado em questão de tempo.

Esta condição, costumeira bússola das reais faces de muitos governos na sequência das posses políticas gratas à parte vendida da sociedade, pode se excetuar ao escândalo amazonense. A luta de José, Henrique e representantes vai contra a possível tentativa braguista de forjar este panorama.

Com a plena publicação de um acórdão há exata uma semana de o TRE pedir que os principais condutores do estado perdessem os cargos {2} (partes iniciais do processo) tiveram impulso os trabalhos das duas coligações em busca dos respectivos fins que aguardam. De propósito ambas as partes quiseram mesmo a corrida a partir desse instante, sucedido pelo acesso a mais esclarecedoras informações que apontam direito para os caminhos pretendidos, racionalidade que une opostas bandeiras coletivamente carregadas. O ponto de contenda surge em consequência do maior aproveitamento das oportunidades pela defesa de Melo recorrendo {3}{4}{5} a tentativas de, conforme seus sintomas dão pistas, interesseira condenação.

Se for para aplicar sentenças de culpa, é moralmente reto julgar o caso voltando-se a todo acessível elemento seu, havendo de fruto uma base para a decisão que o melhor senso de igualdade social em direitos e deveres tenha mais capacidade para reconhecer que destruir. De refazer esses procedimentos o TRE se vê obrigado frente à queixa dos réus sobre checagens incompletas e contraditórias de documentos que dificilmente viabilizam a comprovação do direto apelo dos governantes ao processo-atalho angariador de votos. As buscas de Melo pela verdade recebem sustento intelectual das prefeituras se Barcelos, Atalaia do Norte, Santo Antônio do Içá e Lábrea, cujo titular, não tendo apoiado a candidatura do gestor, aparece em forma de acreditável mais uma exceção imparcial em seus atos em meio a tantas suspeitas de comportamentos políticos tendendo a satisfazer os egos participantes. Não é desprezível a nenhum dos pontos de vista conflitantes a chance de ser constatado como verídico, todavia é certo que as instâncias atuais em prova de fogo colocam o sentido de os amazonenses terem cobrada pelas autoridades parte das cifras ganhas predominantemente na base do suor justo com destino ao custeio do Tribunal e da Polícia Federal e tem forças para estremecer as pernas e os corações que tiram as máquinas do movimento uniforme estático.

Tendo em conta a rotineira presença de Eduardo Braga em setor de responsabilidade do governo federal, sua concreta derrota regional abrirá frente aos olhos da União horizontes norteadores de precauções voltadas ao papel que desempenha, suprimindo-o todo ou em parte, segundo o que convir, nos pontos pouco imunes à reprodução nacional das ultrapassagens imprudentes. A presumível inocência de José Melo, se ratificada, merecerá proveito no entendimento da necessidade de, como faz desde o início de seu governo e pretende atuar até março {6}, baixar a esposição das finanças públicas do Amazonas aos raios da grande crise financeira nacional e da destreza abusar no cálculo dos recursos que vão para os serviços essenciais, entre eles os que graças a semelhanças podem ser aglutinados em únicas secretarias capazes de feitos destinados a um deles, mas com progressos nos outros, visando valorizar a austeridade monetária na prática e não dar voz aos inimigos. Provando-se, entretanto, falhas do réu, a ideia de cassá-lo segue com benéfico valor, a ser dominante com o trabalho, dentro dos órgãos competentes, de pessoas livres das influências oligárquicas ainda manifestas neles para ajudar em sua superação.

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