A prefeitura que mais tropeça nos buracos que tenta tampar

Em Campo Grande, há algum(s) curioso(s) morador(es) que nas madrugadas desperdiça(m) seu sono pondo-se a quebrar o asfalto a picareta, origem dos muitos, inconvenientes e perigosos buracos {1}{2}. "Constatação" do prefeito Alcides Bernal (PP). Há certa chance de isso compor parte dos fatores que originam os acentuados rebaixamentos. Não se pode ignorar os ressentimentos do bando político-empresarial que com trapaça cassou o mandatário em 2014 após ver no recente agosto a grande conquista desabar sob a descoberta da verdade. Mas o legítimo líder do executivo não tomou medidas contra sua imagem popular de que se alimenta a sanha dos inimigos, demonstrando isso ao repassar a culpa pelos transtornos a quem não passa de sua maior vítima {3}.

Vendo a dimensão com que surgem ou ressurgem os defeitos nas pistas, a eficácia da "direção defensiva" que Bernal recomendou no anterior mês, por aqui com tantas queixas, não irá tão longe. E para os transeuntes a pé e em bicicletas, que conselhos teriam papel auxiliador na harmonia e segurança no enfrentamento dos pedestres e ciclistas aos buracos e também aos guias de veículos automotores estimulados com a "palavra amiga" a desviarem pelas faixas de pedestres, calçadas, acostamentos e ciclovias? Na luta para se manter seguro e dividir essa prerrogativa com outrem em meio à buraqueira comprovadamente morrera o motociclista Romildo Jacinto Estruquel após sofrer queda no último dia 17 no Jardim Sayonara.

Duas condições em dúvida situam a responsabilidade do pepista para com esse item da ordem urbana, podendo ser igual ou pior que a o modo como foi conduzida pelo vice Gilmar Olarte durante o período de validade da cassação, no qual também não houve avanços.

Retomando hipóteses para o que está por trás da viabilidade de mudar o nome de Campo Grande para Buracolândia, é possível se arriscar rotulando adversários políticos como suspeitos de sabotagem. Se os problemas estiverem deveras resultando de práticas propositais, seus autores estão sujeitos a penalidades cabíveis ao crime de dano ao patrimônio público. E a ocorrência de uma morte por causa de alegado procedimento vandálico pode reforçar a condenação! Bernal diz ter ouvido relatos de pessoas próximas sobre esses indivíduos que estariam mandando por água abaixo os esforços buscando reposicionar Campo Grande nos padrões decentes de progresso socioeconômico. Estando em falta o relato formal à polícia e o interesse em convocar a Guarda Municipal para rondas massivas pela cidade indispensáveis à captura dos praticantes com a mão na massa, a depredação (ou o desgaste por incompetência a ser encoberto com a história caso seja um blefe) seguirá de vento em popa a todos prejudicando.

Não obstante o combate que nosso Exército move contra o mosquito da dengue, chikungunya e zika, vem de CG inovador exemplo de sua importância num país sem efetivas guerras. Tendo um dos braços das Forças Armadas até um órgão do engenharia {4}, beirará o certo uma comparação entre como as vias públicas ficariam sob a temporária e pacífica intervenção militar e os reparos da Prefeitura feitos em alguns lugares com pouca mão-de-obra e material – não indo além de mistura de brita, pedrisco e pó de pedra, semelhante a areia, chamada "bica corrida" {5} – que pode dar mais pontos positivos ao primeiro modo de trabalho, para o qual o prefeito felizmente anseia passar a tarefa de reparos nos asfaltos. Incerteza sobre a ocasião que será o ponto de partida para as obras, em cujo custeio participa o Executivo municipal, é o que não está firmando direito a proposta, a valiosa cereja ausente no bolo que o mantém incompleto para a comunidade celebrar os avanços com ele a ser trazidos. Para clamado efeito reverso, fica por dever aos guerreiros oficiais da Pátria verificar e, se preciso, ordenar a parte de seu sistema inerente aos trabalhos de pavimentação em itens como a tropa e estoques de insumos disponíveis. Caso o desacerto parta de fatores burocráticos externos, com origem em desnecessária lerdeza municipal na autorização para começar o batente, será correto os militares recorrerem judicialmente com seu poder de influência intencionando deter o avanço de Bernal e equipe no desleixo com compromissos.

O prefeito não absorveu nem a metade do que tinha para aprender como legado da cassação que o traumatizou motivando visitas à Câmara apenas em condições que não escapam à obrigatoriedade prevista em lei {6}. E com razão, pois o envolvimento no golpe contra o líder não se enfurnava em mínimas células de vereadores, conforme descoberto nas operações Lama Asfáltica e Coffee Break. O tamanho do monstro legislativo, embora seu poder se declinara com os trabalhos repressivos à bandalha, ainda apavora por estarem apenas dois edis com planos de adeus à política {7} e eles junto à maioria restante terem se reunido na véspera da abertura oficial para abordar questões nessa órbita, demonstrando pressa similar ao desejo de Alcides em aproveitar beneficamente o tempo que se espera lhe restar com os eleitores fazendo melhores escolhas.

Campo Grande não tem exclusividade em sofrer com a decadente qualidade dos pavimentos. O panorama só adquiriu essa magnitude por causa das rusgas políticas e da importante posição desta cidade, como o motor governamental do estado. Tanto neste exemplo como em qualquer outro local no estado ou exterior a ele é comum atribuir a culpa da dor de cabeça às chuvas que teriam ganhado mais força com o desregulamento climático. Outro fator imaginável para a deterioração das estruturas é o acúmulo de anos passados com a crença dos gestores públicos em já estarem tirando todos os seus compromissos do papel apenas jogando e alisando a massa asfáltica sobre os terrenos, não se tendo notícias do estudos geológicos e outras medidas de planejamento anteriores às atividades como forma de fazer os gastos valerem a pena para todos, e não apenas aos governos com a beleza temporária do aspecto visual. Vamos de voto defensivo para findar com estas injustiças!

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