Dignidade por um fio às escuras

A Santa Casa de Campo Grande é sócia na nossa mídia na exibição, mesmo a contragosto, do abandono em sua estrutura resultante de má gerência. O mês anterior deu início a mais um contrato do hospital com a prefeitura, à qual cabe (conforme sua índole) fiscalizar o caminho para onde começam a ir os mais de R$ 20 milhões previstos para serem injetados mensalmente. A renovação nos repasses começara sem atender um item simples, mas valoroso à segurança no manuseio dos resíduos médicos, a iluminação noturna no depósito onde ficam, cuja ausência coloca inegáveis perigos diante do funcionário escalado para este período, segundo sua denúncia que o Midiamax e o Correio do Estado acolheram.

Para campanhas preventivas e continuamente disponível socorro na lida com os agravos à saúde, ambos enfatizando a população que abrangem, foram concebidos os sistemas de auxílio médico públicos, privados ou filantrópicos. É expressa, contudo, a flutuação na ideia de público-alvo das instituições a ser humanamente recebido.

Quantos contribuem financeiramente por escolha ou não em uma das três instâncias de alento às instituições (mantendo as públicas com o pagamento dos impostos, parte do qual constitui subsídios dos governos às filantrópicas, ou destacando parte do orçamento a fim de arrecadá-lo a empresas prestadoras dos serviços acionadas mediante contratos) e não têm a recompensa que lhes é direito nas horas em que os recursos lhes tornam decisivamente úteis? Pode-se cogitar a ideia de se empregar na área para ter garantida melhor atenção. Ledo engano. Recordemos o falecimento de uma técnica de enfermagem no começo do último mês ao assumir papel de paciente (como qualquer um de nós), e ser vítima de negligências até no hospital onde trabalhava no Rio de Janeiro (Artigo Relacionado). Igual sina é possibilitada de se reservar ao manipulador de lixo hospitalar da Santa Casa campo-grandense quando seu organismo passar a conhecer o significado da inserção de alguma(s) das várias tipagend de fungos, bactérias ou vírus, feita principalmente mediante cortes acidentais com lâminas e agulhas devido à supressão da capacidade visual e, por consequência, da cautelar por não contar com luminosidade o ambiente de trabalho.

O percurso desta análise descamba para a constatação de o pacto com o bem-estar geral não totalizar o real fim dos organismos de saúde brasileiros. O universo alternativo criado por boa monta dos gestores de estabelecimentos vem abrandando o valor próprio da saúde, incalculável monetariamente em razão de não poder ser separado e individualizado porque constitui direito fundamental para a existência de toda matéria biológica viva. O descrito certificado de importância vem facilmente ruindo frente à força de quem engaja-se no controle de atividades nessa linhagem dirigindo-as à semelhança de qualquer outro setor produtivo em que supostamente tem vez a elevação da sede pelos lucros variante com a quantidade de bens obtidos sobre os impactos à mão-de-obra e clientela também decisivos para o acesso à gratificação em vinténs.

Fazendo uso de um "até que em fim" no começo da manchete, o Midiamax a público trazia o novo acordo Santa Casa-Prefeitura. Pudera esse tiquinho de parcialidade mover efetivamente as montanhas ideológicas do prefeito Alcides Bernal, que a lição captaria em sua nova fase de governo subsequente à cassação por mais de um ano. A segunda chance para reger a capital, o caráter recente do novo contrato com o estabelecimento e a distância do período eleitoral continuamente suprimida, visto que o prefeito almeja repetir a dose do cargo, o tornam confiável no sentido de positivamente inverter o temperamento de sua relação com um de nossos principais centros de saúde, sob o qual deixou atolar em dívidas tanto no contexto pré-cassação quanto no nascente pós-retorno. Havendo exagero e cegueira em tentativas de santificar o cabeça do Executivo só por ter se livrado de autêntico golpe (Artigo Relacionado), até quando a administração da Santa Casa poderá contar para o que der e vier com esse novo Bernal?

Relembrando a ideia sugerida por um trecho do parágrafo introdutório, a falta de luminária no espaço para guarda de resíduos médicos na Santa Casa era apenas um cartão de visitas ao conhecimento das mazelas para o alívio das quais o "baixo" funcionariado luta segundo o vigor com que pode, conforme a colaboração dos chefes, visando diminuir a intensidade com que os reflexos das inadequações recaem sobre quem abastece o importante sistema esperando por recompensa poder utilizá-lo. A mais recente fase na história da instituição sinaliza sua vertiginosa decadência, agora pedindo por remédios, gaze, soro, sondas, agulhas e materiais de limpeza junto às outras, após fartura que permitia fazer o oposto, tal como perdera em 2013 temporariamente o posto de atendimento referencial para o sistema médico de Aquidauana – aonde foram remetidos muitos pacientes em virtude de superlotação causada por fatores externos. Teve espaço ainda a imprudência no uso de recursos que o órgão conseguira acessar, expresso pela morte de três mulheres pacientes oncológicas no ano passado após sessão quimioterápica onde imperícia na dosagem fez o remédio de veneno.

Esses esquemas de sub-humanização do atendimento a vidas humanas ambicionando engorda patrimonial por parte de seus operadores têm os ocupantes de tal papel distribuídos em dois planos: o primeiro, composto por parte ou totalidade das gerências hospitalares e o segundo, por membros do Estado, este sustentando o anterior. O que significa nossas escolhas diretas habituarem-se a traçar o perfil das nomeações de indivíduos que muitas vezes atenderão pessoalmente à comunidade posta fora do processo de empossamento. Logo a nossas portas baterão candidatos a reger-nos no âmbito citadino com suas propostas, a cargo da gente ficando analisar a lucidez e aplicabilidade das ideias e com base nisso determinar os representantes a serem escolhidos.

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