Desigualmente feliz Natal e próspero Ano Novo

O que mais se vê e ouve nesta época são os desejos de que se avance degraus da escada da felicidade pessoal e coletiva em paralelo ao avanço dos anos, em forma de mensagens trocadas pessoalmente ou partidas de sistemas midiáticos, mais abrangentes. Em contrariedade os desobedientes à lei têm muito bem cravado em suas consciências o que buscam na vida, numa força que faz os planos resistirem a esse clima moral levando à violação do direito alheio a seu aproveitamento.

De modo semelhante ao que ocorre em outras épocas religiosas, festivas, familiares e/ou cívicas que pedem ou convidam a um afrouxamento na rotina. Assistimos no correr de ditas ocasiões a troca das reflexões e outros atos reconhecedores de seus importantes significados por seu ansioso proveito no exercício de interesses sem o cálculo por muitas pessoas e tentativas de minimizar seus efeitos sociais, em razão da incapacidade e desinteresse gerados por influências do ambiente.

Verificamos em praticamente todos os eventos um boom no consumo de álcool. A necessidade em "soltar" temporariamente a personalidade para atender às cobranças coletivas provindas da absorção dos valores mais liberais irresponsavelmente pulverizados pelos meios de comunicação e entretenimento leva muitos a consumir da substância irrestritamente, substituírem a exigência de fogo pela de estímulos psicológicos para que ela cause danos ao usuário e pessoas em volta. Maria Cristina Vilas Boas, 33 anos, morta por suposto namorado com facada no pescoço durante confraternização num rancho perto do rio Sucuriú em Três Lagoas, aqui no estado, e um homem que na casa da avó teve a vida tirada pelo próprio tio em Aparecida de Goiânia (GO) tiveram seus fins embasados nisto durante o Natal, havendo no segundo caso o agravante da contribuição das drogas.

Também estavam elas em duas histórias envolvendo três famílias destruídas em plena data em Campo Grande! Trazido por antigas escolhas veio o fechamento a chave de sangue das vidas de Fernando Trindade (30), que em frente a uma conveniência tentou assaltar uma mulher, ameaçou com arma um policial à paisana que frustrou a ideia e do qual levou revide, e Rafael Canto (22), autor de badernas na rua de casa que mediante uso de faca encarou dois PMs e de um deles levou bala. E na primeira ocorrência o sofrimento da família do assaltante faz-se igual para a de Wendell Lucas Santos (23), para quem a conta da inoperância sociopolícia chegou erroneamente com uma bala perdida proveniente do tiroteio entre o ladrão e o agente de segurança.

Pouquíssimo falta para o marco da transição anual, a fase mais preocupante graças a seu menor apego aos valores familiares e espirituais. Hora de as autoridades terem na agulha um plano que as guie na lida com os cidadãos que poderão encarar o réveillon como aquecimento pré-carnavalesco. A capital sergipana, Aracaju, e municípios circunvizinhos vão dispor de uma ímpar estratégia. Sob a mira de cinco PMs em cada uma das muitas bases móveis a serem operadas na área litorânea, além de agentes montados em ágeis cavalos e usando um ônibus com câmeras vigilantes, é melhor os atrevidos recusarem a farta oferta de bens valiosos resultante das aglomerações e preservar o significativo temor na hora de "ganhar seu pão" nas restantes áreas caso o policiamento fique estável como prometido.

Que destino terá esse pacote de inovações quando o novo ano começar de fato a marchar? E quanto de empenho os órgãos repressores, educacionais e supervisores da mídia de todo o país orçaram para o nascente ciclo? Chega de vermos cidadãos tendo em datas emblemáticas motivos tristes para assim taxá-las e nos vulnerabilizarmos a esse risco!

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