Sem representantes fiéis à vista, para quase todo lugar a que se olhe

Nossa Assembléia Legislativa comporta duas CPIs antagônicas que no mês passado tiveram início. Uma Comissão Parlamentar de Inquérito com intuito de averiguar a suposta postura estimuladora do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) sobre as invasões de fazendas na cidade de Antônio João que até para a morte de um nativo descambaram em agosto. A forte presença ruralista entre os deputados componentes, possível vetor de conclusões e providências que só tenham algo a somar nos negócios de seus proponentes, ajuntou outros legisladores num grupamento investigativo que se debruça sobre mortes de índios ocorridas a partir de 2000 por assassinato ou suicídio agrupadas na justa classificação de Genocídio, de responsabilidade dos governos. As repartições, não apenas as públicas, ditas "indigenistas" têm considerável fatia de atividade nesse extermínio por não serem os interesses de muitos membros iguais aos da classe a ser atendida, fato que legitimaria superficialmente as suspeitas em relação ao CIMI e as torna aproveitáveis aos opositores.

Os usurpadores de terras indígenas, desde seus primeiros antepassados lusitanos que por aqui chegaram fincando sua bandeira socioeconômica no lombo de nossos ancestrais, não precisam irritar-se ou ver ameaça na antiga condenação que receberam da parte da sociedade que tem bom senso. A eles apresentou-se como advogado Paulo Corrêa (PR), relator da CPI do CIMI, aparentemente ligado a 220 volts para o que der e vier na luta pelos privilégios dos grandes agropecuaristas, sendo uma pista desta fidelidade ao grupo do qual é provável que participe sua fala durante fase inicial dos trabalhos no transcorrido dia 13. Coisas fáceis de empurrar goela abaixo inclusive numa criança frequentadora de creche! "A terra não é mais indígena, é do produtor rural" resgata a grandeza do valor financeiro conferido às terras pelos invasores em relação só significado cultural das áreas para os anteriores donos e o deputado apontou os motivos que dispensam arrependimento quanto ao saldo trágico para estes (cuja manutenção é defendida em alguns comentários no link anexo às aspas) na passagem em que verbalmente – único maio viável – limpa o sangue indígena apontado por um ativista nas mercadorias agrárias que daqui saem e o substituiu pelo suor dos trabalhadores rurais.

A realidade prática mostra a coexistência de ambos. Aqui de MS o que se leva até para o exterior é uma variedade de mercadorias forçosamente obtidas por indivíduos e empresas ruralistas através de zelosas estratégias produtivas de alto custo facilmente contornado pelos investidores, trazendo em certas ocasiões as desumanas condutas no quesito do respeito ao espaço indígena ou ao meio ambiente precedentes à concretização da existência destes bens a nível global, que a CPI do Genocídio deseja transparecer com mais profundidade.

Não é a descoberta do século a assunção de cargos com foco no bem comum por seres que vêm a para si direcionar esse feixe de luz! A progressão cronológica abre os olhos e a mente dos grupos sociais para a busca pelo conhecimento dos direitos e deveres vinculada ao propósito de incrementar o papel deles dentre a coletividade e motiva empreendimentos governamentais no sentido de solidarizar-se com as exigências, pondo em turbulento dilema os detentores individualistas de poder. É o ponto que nos atenta para a submissão de nossos organismos públicos e dos privados ou filantrópicos que mantém alguma parceria com eles aos de quem os gere, variando no paralelismo entre tais vontades e as das categorias em que se pensou na hora de idealizar os trabalhos ou instituições devido à presença de peças do antigo sistema ou seus derivados. O que as entidades trazem declarado em seus perfis de identidade (fachada e certos documentos) a muitos engana trazendo menos de um terço do caráter dos grupos.

Com os índios e populações análogas assim ocorre, acossados pelo mimetismo personalista pseudofuncional. A Constituição de 1988 foi a que mais enquadrou os genuínos filhos da terra na digna cidadania. Mesmo antes já foram criados e desfeitos antigos órgãos de assistência aa esta classe até a nova Magna Carta demarcar os limites de seu funcionamento, o que lhe deu certa estabilidade e competência. Não são ambas absolutas por seguirmos recebendo informações, aqui pelo estado e fora, a respeito do anêmico fornecimento aos indígenas de favores básicos de cobertura teoricamente universal (ensino, saúde, adequações na infraestrutura das comunidades a níveis que proporcionem conforto e segurança aos habitantes sem distorcer aspectos característicos de sua cultura) e repressão a más influências nossas (álcool e drogas) que adentram as propriedades dos nativos e ruínas fazem do patrimônio físico e moral dos residentes. Etiquetar com o termo "genocídio" o relaxismo só pessoal a que é dada a lição de casa e seus impactos, embora pouco usual, não é insanidade quando se sabe o gordo retorno que os erros no trato aos índios e qualquer adicional grupo estigmatizada pela má vontade dos mandatários trazem aos espertos que optam pelos caminhos mais curtos e simples.

Visto, nessa observação, que a CPI assim nomeada para fazer balanço do quão vem o Estado e seus asseclas a importar-se com a causa indigenista e qualquer uma que receber identidade similar e for criada visando esclarecer o desrespeito a outras camadas sociais nada mais nem menos que já exibem em parte as marcas da realidade numa simples palavra ou em congêneres, essa ponta de iceberg é chamativa em demasia para não apoiar-se em conteúdo rico e idôneo hábil para mostrar ao Brasil e o mundo parte de nossa realidade em modo credível quando a levantarem. No placar atualizado lidera a comissão portadora do risco de empurrar o CIMI e os índios a temíveis destinos graças à constância direta no meio ruralista de vários membros sobre os quais ainda repousa a densa nuvem forrada internamente com dúvidas acerca de como financiaram suas campanhas eleitorais em 2014, embora haja uma batalha entre os que torpedeiam e os que sustentam o órgão religioso. O que dizem estar revelando os dois grupos cai em forte contradição, apontando o instituto católico como mais um aproveitador das demandas indígenas para obter benefícios inacessíveis a quem não é interno ao esquema ou compensador da existência não manifesta da FUNAI, por exemplo. Aos que se interessaram em fazer a radiografia da questão indígena na óptica do que e como aos nativos é oferecido cabe também avançar sobre a atuação do CIMI pretendendo confrontar e demarcar a veracidade do que os lados oponentes concluírem calendo-se de sua bem provável imparcialidade, que melhor vista será tendo os membros estatais componentes da comissão investigando e cobrando mudança a seus próprios chefes cujas vontades não determinaram a posse, tampouco poderão engessar os planos dos legisladores, quando só a quem os elegeu esses direitos reservam-se irrestritos.

O apoio aos movimentos conta com a intrusa participação de extremistas. Parte do meio indigenista se aquece para campanhas de boicote nacional e estrangeiro a nossos gêneros agropecuários, enquanto certos porta-bandeiras dos grandes produtores sugerem o abandono completo dos povos originais pelo Estado, deixando-os viver só na base de mandioca e pinga (vide alguns comentários na página da notícia anexa ao trecho destacado no segundo parágrafo). Sabendo que de formam geral predomina na economia do mundo a perspectiva mercantilista das decisões analisada antes de serem tomadas, a ideia do boicote baterá nos ouvidos das multinacionais como broncas a uma criança para que se conformem com a incapacidade dos adultos com quem convivem para dar-lhw o brinquedo caro que vira na TV. Temores de ataques por índios sob forte possessão etílica a cidadãos que cruzam áreas como a rodovia estadual que a Dourados conecta Itaporã, são o reflexo da ausência de barreiras às más influências brancas, que não se esquecem de suas raízes. E se os grandes investidores brasileiros e internacionais tivessem o grau de humanismo que os faria rejeitar nossos produtos? Aí nem eles e os agropecuaristas constatariam entre si o prejuízo resultante! Por seguirmos o caminho certo, não é justo que nós, defensores da inclusão dos índios como beneficiários dos relativamente avançados programas socioeconômicos e educacionais muito úteis a boa parte dos brasileiros, não utilizemos das mídias em mesma intensidade que os adeptos das já citadas bárbaras ideologias para fazermos frente a eles até minarmos esses pensamentos de forma racional, sob legítima estrutura argumentativa.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Omissões que soterraram vidas e sonhos

Justiça de novo em busca de garantias de retidão

A solidez do inédito nível de apoio que Lula recebeu para voltar aonde já esteve