Agora o Brasil o conhece no mesmo nível que nós

Desta quarta-feira parte um peculiar prolongamento da história sul-matogrossense. Obtivemos maior relevância na linha do tempo política brasileira tendo preso um de nossos representantes senatícios, Delcídio do Amaral (PT), além do banqueiro André Esteves (presidente do BTG Factual) e do advogado Edson Ribeiro. Ainda sob o mandato, uma brecha para a punição justa adentrar o máximo que couber, sai temporariamente de cena, na Operação Lava-Jato, um obstáculo à elucidação do rombo financeiro na Petrobras de honestidade tão incompleta quanto o sentido do recurso usado para obtê-la.

O Estado nacional é uma via de mão dupla: a quem acaba sob sua guarda por mostrar indiferença prática às normas que ele cria e aplica esperando estabilizar a sociedade nivelando instintos e vontades individuais, oferece a chance de não mais integrar a massa deste lixo. É a delação premiada, que consiste em obter detalhes importantes acerca do delito através de alguns autores sem serventia final na prática em razão de o inquérito acabar em barranco com o abrandamento ou nulidade das penas fornecidas aos colaboradores. A origem do recurso remonta à Itália, objetivando suprimir as máfias. Eis uma pista do quanto isso neutralizou a Camorra e a Cosa Nostra, por exemplo.

Tanto o mágico método de livramento penal entusiasma aos desonestos que possibilita disputas pelo direito entre eles. Havendo ganhadores mesmo, sinal de não se manifestar obrigatório repartir o privilégio igualmente, dado o parentesco dos grãos farináceos encerrados no saco da malandragem.

Os crimes de lesa-patrimônio contra a Petrobras tinham entre os operadores Delcídio do Amaral e o ex-diretor da Área Internacional da entidade Nestor Cerveró. Este inclusive trajeto de fuga do país rumo à Espanha tivera elaborado sob conselhos do celeiro de escassez em caráter. A adicional engorda mensal de R$ 50 mil no orçamento de Cerveró e família proposta pelo senador fora capaz de ser outra bondade do mesmo, para com suas aspirações de seguir intacto regendo seu espaço na máquina pública do modo em que crê ser certo. No espaço em que caberia aparente cumplicidade nas iniciativas reinando estaria a meta protecionista do parlamentar quanto a sua imagem e a da presidenta de ir empurrando Cerveró com a barriga na cautela de inviabilizar coincidências entre seus posicionamentos e as oportunidades para à tona soerguer muitas prováveis verdades em volta do que se fazia por baixo do pano com um dos obeliscos econômicos nacionais.

O que se espera com o caminho que as atividades investigativas e penais vêm trilhando ameaça desabrochar. A permissão legal para entregar os comparsas em troca de perdões judiciais pode ser concebida a Delcídio, intencionando bater as asas para fora da gaiola o quanto antes. Condição exigida é a de que forneça dados muito além de chumbo trocado com Cerveró em eventual resposta ao azar. O agudo interesse em continuar escravizando o povo a seus prazeres e dar olés nas autoridades cegaram essa pobre alma quanto à manutenção das características de um objeto lançado para cima quando este volta ao solo, muitas vezes indiretamente depois de acertar o corpo do arremessador. Mesmo não sendo agora, o senador não está livre de ser "xisnovado" por outro correligionário que anseie o benefício por também ser filho de Deus. Com eles oxorrerá a mesma consequência e assim sucessivamente, numa incessante brincadeira de roda que esta entre os motivos pelo qual os esforços anticorrupção decolam a miseráveis centímetros.

Nosso presente líder do Executivo estadual, o tucano Reinaldo Azambuja, tem seus defeitos profissionais, cujos resíduos foram e/ou são canalizados para áreas como educação, recente palco de greve, e setor tributário, provável gerador de privilégios a quem possui padrão de vida medido conforme a atualidade do veículo em sua posse. Tudo que anda acontecendo por aqui é um filete de água frente ao tsunami a ganhar forma mediante a cassação de governadores que ameaça Paraíba e Amapá e de nós estaria a caminho com as descobertas a respeito de Delcídio caso estivesse a seu cargo a chefia do estado.

Pairam certezas incompletas sobre o futuro político do senador, em risco de o título passar a ser antecedido por "ex" perante juízo do próprio sistema que integra, contribuinte em majoritariamente conservar o parlamentar na detenção em cerimônia aberta ao público e imprensa, nada devendo às expectativas de quem, citando-se Renan Calheiros e senadores petistas, a cobiçava em modo inverso. Risco de excomunhão há similarmente para ele no partido, tal como seria conveniente a todos os membdos da legenda que alimentam a suposta perseguição contra ela pela mídia e o Ministério Público apontada por um primo de Delcídio no correr de vistoria ao escritório do político em Campo Grande. Faxinas voluntárias (livres de fingimentos frente às pressões) desde os altos comandos exporiam a tão indagada garantia de que no PT há o que ser salvo – a despeito de ser recomendada a opção por se abrir a perspectivas ideológicas alternativas quando os períodos eleitorais trazem a oportunidade –, que elevaria o foco sobre as transgressões impelidas por integrantes de outras siglas, das quais todas compõrlem parcialmente esse histórico sistema defeituoso.

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