Materialização da atual higiene sociopolítica

Do último dia 9 pra frente Campo Grande afastou-se a uma distância jamais vista dos padrões de eficiência da coleta e transporte de lixo, embora nunca tivera um alinhamento completo a ele. Nenhuma outra circunstância levaria a situação tão longe assim como fez a greve dos coletores e garis da empresa Solurb entre os dias 9 e 18 pela indisciplina municipal no fornecimento de boa remuneração e complementares direitos aos funcionários. Também graças ao subdesenvolvimento moral de parte dos moradores o que ainda não chegara a níveis satisfatórios involuiu na forma de montanhas de resíduos devido a seu acúmulo na cidade toda, chegando a toneladas.

Tem já três semanas que a capital está mais do que literalmente um lixo! As duas últimas sucedem o retorno dos trabalhadores do asseio urbano, mas a passagem do tempo ainda não curou a ressaca que trouxe a inocentes dor de cabeça… por causa do futum nem um pouco bem recepcionado em momentos como as refeições, além da real calamidade a que sujeitas ficaram a saúde (devido à atração de ratos e insetos) e a segurança (o lixo toma calçadas e ruas, dificultando o tráfego). Mas a espera dos campograndenses pelo retorno de sua vida aos trilhos limpos se prorrogaria, não fosse a determinação dos coletores em acatar as duas horas extras adicionadas ao expediente. Foi preciso eles ausentarem-se para inverter beneficamente os valores a eles atribuídos pelos cidadãos. A estigma de heróis que fundamenta o atual tratamento dado a eles – exemplificada pelo morador que se ajoelhou frente a um caminhão da Solurb quando sua vinda anunciou a quebra do jejum do serviço – e tomou o lugar da suja dignidade com que são vistos por muitos ignorantes é o despertar da consciência em volta da utilidade possuída por esses empregados em evitar o acúmulo a nosso redor do que nos é inservível ou desvantajoso (embora dificilmente o que desprezamos tem correto fim), um fogo a ser alimentado por todos sem cessar com lenha, e não palha!

Afinal, querem mais o quê após enfrentar ininterruptamente, muito mais que os "lixeiros" e garis, os nojentos e perigosos dilemas experimentados pelas categorias? Salários adequados ao sustento dos servidores e seus dependentes e aliança com tudo que se liga ao transcurso produtivo e seguro das tarefas são requeridos para o ingresso nesse ramo, do exercício do qual se espera certo orgulho dos executores. A população foi injustiçada com o hiato nas ações de limpeza, contudo não existe uma alternativa categoria na qual seja possível testar frente às autoridades a importância do zelo com os serviços públicos, não desejando os governantes em si degustar em o que preparam.

Estes até agora transcorridos três anos e 8 meses somam-se à história de Campo Grande, mas numa dinâmica que selou nesse tempo caráter único e intransponível. Dois prefeitos teoricamente aliados com duvidosa reputação se alternaram conduzindo a máquina pública, tendo Alcides Bernal retomado no último 25 de agosto as funções obtidas democraticamente em 2012 na sequência de sua ilegítima cassação em 12 de março de 2014, então substituído pelo vice Gilmar Olarte. Designado efetivo sem força e desatento para manobrar esse aparato em direção aos caminhos nos queis antes eram depositadas esperanças, está todo mundo perdido quanto ao paradeiro de parte dos recursos monetários (do mesmo jeito que as cifras) destinados à manutenção dos direitos populares universais! A categoria da limpeza urbana não inaugurou as mobilizações pela justa gratidão dos chefes, compondo o mais novo desdobramento de uma reação em cadeia de que participaram os médicos e professores, outros grupos que prestam serviços muito importantes e não têm recompensas ao nível dos percalços a que os ofícios costumam expor quem os exerce e as famílias destas pessoas.

A Operação Lama Asfáltica teve incontestável êxito ao decodificar o DNA da insuficiência política intolerável para uma capital, revelando parentesco com atos de uma das principais figuras a serem investigadas sob risco iminente de prisão. A Solurb tendo João Amorim, também dono da enlameada Proteco, como um dos que orientam seu destino pode estar pondo seus funcionários braçais em uma via enganosa referente ao valor que tinham ao ver de seus mandatários, aparentes ferramentas demonstrativas de a concessionária estar devota a seus deveres procurando sugar recursos municipais, só que não para o proveito comum nos trabalhos. E inimigos para o contingente que perseguia a conquista de progresso material por essas trilhas menos forçosas eram "fichinha"! Sentir-se intimidado soaria como fraqueza, tendo à disposição vereadores fáceis de atrair por meio de subornos para alterar o status quo a gosto dos proponentes numa renúncia automática ao compromisso feito com quem os pôs onde estão – o que deu, por exemplo, em Paulo Siufi, o Médico da Família muito popular na TV? Defronte a essa gente, que se fechem as grades! A profundidade do buraco é maior e, assim, sua causa, melhor compreensível, dado o start no "rolo" todo (a assinatura do contrato com a Solurb) pelo ex-prefeito Nelsinho Trad, culpado pelos gastos em vão com a GISA (Gestão de Informações em Saúde) e membro do PMDB, fator que aproximara este cidadão público aos bem pensados planos de outro ex-líder estatal, o antes governador André Puccinelli, quanto ao engessamento de inimigos, dentre eles Bernal.

Esses tempos críticos acabaram, em adicional consequência, dando luz ofuscante aos resultados da inobservância com que são tratados alguns hábitos por certas pessoas. Períodos normais nunca deixam de ser a base para o abandono de lixo em lugares aleatórios (aos terrenos baldios dá-se preferência) ou a eliminação dos materiais por pessoas munidas de fósforos, que trocam 6 por meia dúzia ao produzirem outros compostos nocivos. O egoísmo desses seres humanos apenas em teoria alcança em altura o Monte Everest quando se mostram intencionalmente incapazes de compreender a inutilidade e os efeitos colaterais dessas condutas e as preservam em tais momentos que incluem problemas na coleta dos dejetos, baixa umidade do ar e surtos de dengue.

Novas ameaças de greve ecoadas pouco tempo após o depósito financeiro municipal com vista a quitar o atraso nos salários de agosto que abriu todo esse caos faz mais presentes no Executivo de Campo Grande propostas de auxílio monetário à Solurb objetivando equilibrar suas receitas. Observadas situações que que lançam incertezas em torno da idoneidade da empresa, a mais recente sendo a suposta mentira descoberta por dois promotores do MPF (Ministério Público Federal) que, durante vistoria, encontraram os caminhões abastecidos e em bom estado para funcionar (argumento da firma), cai muito bem a sugestão do autor de um artigo publicado no Jornal da Cidade, indicando que as inadequações podem desaparecer se a duração do contrato (25 anos) for logo abortada e os serviços sofrerem partilha entre cerca de quatro pessoas jurídicas. Assim as vencedoras não teriam fundamentos tão sólidos para requererem quantias muito generosas, uma vez elas tendo menos carga de tarefas. Só apontar erros do governo não impulsionada nada para frente! Façamos também nossa parte higienizado nossa consciência e cultivando nela com a prática renovadas visões quanto à necessidade de limites em nossos diversos atos!

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