Jogo sujo e malcheiroso
Existem os beneficiados pelo incompleto cumprimento das funções destes estabelecimentos públicos. Apenas os seres repugnantes atraídos biologicamente pela podridão (ratos, insetos e micróbios), como muitos terão raciocinado! A estes são dispensados de ajudar na sustentação financeira dos bens, enquanto a população, mantenedora dos recursos junto ao governo e para quem foram destinados, absorve a cada vez que as coisas pioram a ideia de render-se aos invasores abandonando os locais, num modelo idêntico a comunidades nativas americanas (dentre eles nossos índios), asiáticas, africanas e da Oceania e pequenas ilhas, estas duas últimas menos lembradas, sob o poderio dos colonos europeus. Nos exemplos mencionados isso é expresso por declarações da comerciante riopardense Lílian Zeferino, que afirma pretender mudar-se numa entrevista à EPTV (correspondente da Globo na região de São Carlos e Araraquara, que inclui a cidade) participante de uma reportagem da emissora sobre o descaso, mais ou menos o que ocorreu em matéria do mesmo tema do SBT MS, que apresenta entre os entrevistados o investidor imobiliário José Carlos de Moraes, com dificuldades para vender lotes.
Os registros jornalísticos, porém, não apontam a nociva e incômoda partilha dos ambientes residenciais, de trabalho e lazer com os forasteiros como a tônica da oposição popular às imperfeições. O foco dela são os maus odores em si. É cabível uma rendição ao entendimento dos traços que o ininterrupto convívio com eles imprime à rotina dos grupos humanos fixados nas proximidades, sendo mais indigestos nos momentos de refeições ou recepção de visitantes. Há no relato jornalístico de Campo Grande um chamado à briga para indivíduos e entidades ambientalistas mostrando a porcaria escorrendo para uma mata provavelmente nativa, em cujo solo se acumula e forma uma crosta verde, e com acesso a um córrego.
Estamos na expectativa de que, imediatamente a partir destas semanas sucedentes à exposição dos fatos pela EPTV, haja final entendimento pela Prefeitura de São José do Rio Pardo da responsabilidade que acabam de arranjar após declarações, à TV, do secretário municipal Cristiano Varella sinalizando medidas pretendentes de findar com o problema, dentre elas a substituição de uma bomba d'água queimada causadora dos fétidos vazamentos em poucos dias. A probabilidade de outras providências definitivas exigirem mais do bolso do povo em razão de, ainda segundo Cristiano, os valores tributários atuais não encherem os cofres públicos como antes, é perdoável quando se contrasta com o nulo efeito das queixas populares, ora as feitas diretamente junto à Prefeitura e à concessionária Águas Guariroba, de nossa capital, ora o acionamento do SBT MS por alguns dos moradores, sobre as competências da empresa, da Prefeitura e do governo sul-matogrossense (administrador da penitenciária) no zelo pela central tratadora de resíduos. É um abacaxi de casca concretada pelas omissões dos referidos organismos. Mas como é possível esperar contribuições dos ditos cujos quando as coisas complicam desde o centro do impasse, as responsabilidades de cada um, formalmente negadas por todos?
Governos pouco disciplinados no acompanhamento da demanda popular nos serviços que administram para a idealização e prática de melhorias mais encaixadas aos contextos atuais são outro nível, capazes de feutos incríveis, caindo bem na lista o descontrole na lida com literais, mas não inéditas sujeiras de produção insistida pelo contingente prisional. Os vínculos entre o Poder Público destes municípios brasileiros e da Argentina em matéria de saneamento básico vão além da adoção do nome da capital hermana num bairro de um deles face à relativamente igual inconsistência no gerenciamento de redes hídricas e residuárias por nossos vizinhos. Qual a fórmula portenha para a cobertura de mais de 90% da população nestes setores e o alcance de um IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) acima de 0,800 (quando é considerado muito alto, como nos países desenvolvidos) sem ao menos ter dados disponíveis acerca de certas despesas?
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