Desafios a novo segmento econômico

Que Mato Grosso do Sul não está mais tão deslocado frente aos estados mais ricos do país quanto a diversificação econômica, nós daqui já sabemos. Â agropecuária, responsável pela antiga identidade econômica regional, uniram-se os setores de prestação se serviços e principalmente as atividades industriais em variados gêneros, dentre os quais são novatos o de papel e celulose (representado pelas grandes fábricas em Três Lagoas) e silvicultura, o cultivo de árvores para servir a esta e outras áreas, conduta benéfica à natureza, poupando as já ameaçadas espécies nativas e secundariamente as formas de vida delas dependentes incondicionais por dispensar a exploração intensiva das mesmas, assim como teria atraído seres do reino animal antes desaparecidos. Nada, todavia, é perfeito, e os progressos na área não têm garantido, pois, caminhos limpos limpos e regulares, podendo ser muito mais expressivos com a superação de barreiras a estes impostas por ineficiências no deslocamento de matérias-primas e mercadorias e na estrutura das cidades que abrigam, bem como nas candidatas a receber, as empresas, paradigma debatido na quarta edição do evento MS Florestal, que reuniu representantes do setor e administradires públicos entre 13 e 15 do mês antecedente no centro de convenções Rubens Gil de Camilo, em Campo Grande.

São notáveis os atravancos ao progressivo acréscimo do potencial desses e outros inovadores negócios logo em seus pilares de sustentação, o recrutamento e permanência da mão-de-obra encarregada de dar forma aos projetos dos complexos empresariais e a que terá por dever operá-los (nas linhas de produção e nas alas administrativas), quando tudo for concluído, os dois grupos com difíceis probabilidades de serem compostos só por gente que reside nos locais onde os empreendimentos instalam-se ou planejam se instalar, tornando necessário atrair operariado (e muitas vezes suas famílias) de fora, incluindo lugares distantíssimos. Caso houvesse algum prêmio que visasse o reconhecimento do interesse e da agilidade no apelo a estratégias para fisgar essas valiosas iscas, as grandes companhias, ao que parece, teriam maior vantagem na sua conquista em relação às autoridades públicas. Uma importante fatia das necessidades contraídas pelos proletários e seus familiares quando trocam os estudos, empregos e semelhantes garantias que possuíam em seus espaços natais por esses lugares onde no começo encaram dificuldades em adaptar-se às diferenciadas características em que se encontram os referidos itens à procura de uma vida mais próxima aos planos de todos fica de fora da cobertura dos generosos salários prometidos (e, sem dúvida, em vários desses casos, pagos em seu íntegro valor, sobretudo aos empregados com vagas fixas), determinando aí os pontos de atuação das entidades governistas – os serviços que disponibilizam a todos os habitantes mediante a contribuição financeira destes como saúde, ensino, segurança, asfaltamento de vias, redes de água, esgoto e luz etc – , incapazes de assumir os compromissos de forma ordeira, jeito incrível de retribuir as involuntárias boas ações dos já residentes e triunfal de recepcionar os novos munícipes. Prevenção é a óbvia e incontestável saída para estes fenômenos causadores de previsível aumento populacional, conseguida, por exemplo, através da busca por dados, junto aos gerenciadores dos empreendimentos e aos encarregados de sua implantação, que apontem, quer exata ou aproximadamente, o tamanho das imigrações e outros impactos a fim de fazer de tais estatísticas uma competente bússola para os projetos de melhorias na estrutura urbana. Mas o que há de tão dif8cil, o que falta na consciência de nossos representantes, para barrar a completa entrada do dito entendimento, nesse e demais assuntos? Demonstrações práticas do quando isso é importante nunca deixam de manifestar-se! Geração de empregos, movimentação financeira, recolhimento de impostos, população urbana, tudo aumenta com a chegada das megaempresas, tudo aumenta, tendência seguida pelos transtornos estruturais oriundos do descarte pelos governos das oportunidades a eles dadas no sentido de evitar as inconveniências determinantes para a sobrecarga dos sistemas de atendimento popular em virtude de não terem ocorrido adaptações à nova demanda, perfil propenso a combinar com o panorama de cidades sul-matogrossenses, como Três Lagoas e Água Clara (candidata a abrigar uma indústria de MDF, um tipo de madeira empregado no fabrico de móveis), exposto por seus prefeitos no MS Florestal.

Com as empresas operando e produzindo ocorre com muito maior clareza a percepção de que o percurso das matérias-primas aos estabelecimentos e dos bens obtidos por meio do material bruto aos consumidores, em circunstâncias similares, não está sendo feito de acordo com os padrões de qualidade porque as estradas e pontes não ajudam, devido à precariedade do asfalto e/ou da sinalização. O assunto não passou em branco nos debates envolvendo representantes dos governos municipais e das empresas de papel, celulose e cultivo de florestas, com a abordagem dos transtornos extensores do tempo gasto nos trabalhos, tais como os obstáculos a um mais rápido transporte das cargas que seria garantido com a permissão de significativos aumentos na velocidade sem a conjunta subida dos riscos aos motoristas engajados no ofício e aos outros usuários das vias. Tempo é dinheiro, sendo a forma como é aproveitado na obtenção da mercadoria uma das condições determinadoras do quanto o cliente pagará por ela como resposta às despesas e lucros dos patrões e empregados na cadeia produtiva, influência da qual não está live a qualidade.

Dada parte do evento foi reservada a uma maratona de 20 horas com a participação de funcionários do SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), representantes de empresas e acadêmicos universitários de áreas como Química e Logística, todos objetivando criar ideias tecnológicas que estimulem e facilitem a geração de energia a partir de materiais orgânicos (biomassa), tendo certamente essa troca de experiências e propostas gerado diversos planos originadores de evoluções na produtividade do dia-a-dia profissional dos envolvidos, em um prazo não muito distante se já estiverem começando a ser aplicados. A idêndicos efeitos o grande empresariado será capaz de chegar no campo da assistência ao contingente operário e às famílias de seus membros, bem como no auxílio ao escoamento das matérias-_primas e da produção, induzindo os governantes municipais, estaduais (dando-se muita ênfase a estes por conta dos desajustes financeiros nascidos com a posse de novos gestores, dentre eles o chefe de tudo isso, Reinaldo Azambuja, provável causa dos poucos envios de verbas de que se queixam os governantes das cidades, a exemplo de Márcia Moura, prefeita de Três Lagoas) e federais, a reformar as estruturas de seus departamentos administrativos aperfeiçoando as metodologias que orientam o uso de seus recursos e selecionando com bastante rigor os pretendentes a ocupar os cargos de forma direta ligados ao manejo dos capitais, a fim de aceleraracelerar e fazer mais uteis os processos de modernização da estrutura urbana e do transporte de carga, em relação ao qual tem-se a alternativa de tirar das estradas o peso de parecerem a única via valendo-se de programas que elevem a importância do transporte ferroviário e hídrico. Com a indiferença em relação ao desenvolvimento destes setores econômicos mais modernos nas áreas que chefiam, os governos negam fantásticos meios para a melhora das condições de vida do povo e até para a engorda de seus orçamentos com o intuito de atingir o propósito anterior face aos benefícios advindos da diversificação de segmentos produtivos, como a queda da vulnerabilidade a desequilíbrios socioeconômicos resultantes de crises que podem abalar diversas áreas (com destaque para a agropecuária, com a fácil obtenção de perdas sobretudo por consequência de problemas climáticos, assim como os de natureza monetária) e o enriquecimento intelectual de boa parte dos indivíduos, indispensável a seus papéis na sociedade, possibilitado pela chegada de cursos técnicos ligados às novas tecnologias para satisfazer a demanda das companhias.

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