Cidadãos se revoltam contra cobrança adicional

Na tarde desta quarta-feira a rua Jardim Brasil I, no bairro Levilândia, em Ananindeua, no Pará, foi fechada durante um protesto feito por moradores contra a cobrança de R$ 2 mil feita por funcionários da CELPA (Centrais Elétricas do Pará) para religar a eletricidade, cujo fornecimento foi interrompido, assim como em Belém e outras cidades da Região Metropolitana, pelas fortes chuvas que atingiram a área no dia anterior. Indignada, a população impediu que os trabalhadores deixassem o local retirando a chave do carro da distribuidora de energia e chamaram a polícia. A Celpa comunicou que não recebe dinheiro para realizar serviços e que, em casos como esse, a população deve mesmo fazer denúncias. A empresa também informou que investigará esse episódio.

Já não bastava a escuridão em que os moradores dessa área viviam desde o dia anterior e ainda foram extorquidos, tendo que entregar parte do dinheiro que ganharam honestamente para exercer o direito de bancar despesas com as celebrações de Ano Novo a funcionários que teriam violado os princípios da CELPA, que com certeza não faz outras cobranças além da conta de luz, a fim de canalizar recursos para obterem vantagens ilícitas. Após a devida conclusão das investigações é preciso que a companhia energética elimine esses maus profissionais de seu quadro de funcionários com a intenção de evitar que mais cidadãos e a própria empresa sofram danos morais e financeiros por causa desses golpes e que os contribuintes tenham de continuar pagando os salários desses profissionais que não têm tanto interesse em trabalhar para garantir a eficiência do sistema elétrico paraense.

Embora não tendo culpa por esse estelionato, a CELPA é campeã em reclamações de consumidores no estado do Pará. Moradores da Região Metropolitana de Belém reclamaram da demora nos reparos necessários à retomada do fornecimento de energia elétrica, interrompido por causa das chuvas. Nesta quarta-feira, último dia do ano, ainda havia locais às escuras. Segundo a CELPA, eram áreas de difícil acesso. Se nos dias normais o serviço já deixa a desejar, os fatores climáticos, acompanhados do número e extensão dos lugares afetados, e o possível descaso da companhia com a manutenção da quantidade de funcionários e equipamentos e do Poder Público com a conservação de estradas e outras vias que facilitariam o acesso a lugares mais afastados, como regiões rurais e pequenas povoações, tornou caótica a despedida de 2014, não dando ânimo suficiente aos cidadãos e setores econômicos para celebrar essa passagem de ciclo. Nesse ano que se inicia, será necessário que o Estado e/ou a Justiça avaliem a forma como a CELPA está investindo os valores arrecadados pela população e tome medidas para fazê-la empregar esses recursos de forma correta na contratação e manutenção da mão-de-obra, bem como na compra e uso de mais equipamentos, o que poderá ficar mais fácil em razão da transferência da responsabilidade pelos serviços de iluminação pública às prefeituras das cidades, diminuindo um pouco a demanda das empresas do setor elétrico e parte de suas despesas. Por fim, as prefeituras e o governo municipal precisam dar mais atenção às áreas de acesso mais difícil, construindo e reformando estradas, ruas e pontes, com o intuito de facilitar o acesso dessas comunidades a produtos e serviços, como reparos em redes de água e energia e auxílio médico e educação. Isso possibilitará um maior crescimento econômico nesses lugares e e a possibilidade de seus moradores viver de forma mais confortável, saudável e segura.

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