Mar de lama dificulta tráfego em rodovia

A situação já precária de trechos da rodovia MT-130, próximos a municípios como Paranatinga, Gaúcha do Norte e Santiago do Norte, no Mato Grosso, foi agravada pelas chuvas que atingiram a região. Formaram-se atoleiros, que dificultam a passagem, principalmente, de caminhões que transportam máquinas e produtos agrícolas às propriedades rurais. Muitas vezes esses veículos precisam ser rebocados por máquinários das prefeituras das cidades ou de alguns proprietários rurais. Em uma antiga ação, resultado de denúncia feita por um sindicado rural, o Ministério Público já havia obrigado o governo estadual a fazer reparos urgentes nessa estrada e na MT-020, que também se encontra em mau estado, sob pena de multa, mas a situação permanece a mesma.

A MT-130 já está em condições precárias há anos, assim como a maioria das demais estradas matogrossenses. E, da mesma forma como também pode estar ocorrendo nelas, as chuvas tornaram cada vez mais difícil a rotina dos motoristas. Nos trechos onde o asfalto está se desfazendo, deixou de existir ou nunca foi implantado clássicos buracos, dos quais os condutores tentam desviar para evitar danos a seus veículos, o que nem sempre se consegue e aumenta os riscos de acidentes, deram lugar às também inconvenientes poças de lama, nas quais carros, ônibus e caminhões acabam ficando presos à espera de alguém que possa retirá-los para seguir em frente, o que resulta em enorme perda de tempo e dinheiro, tanto para o condutor quanto para quem se solidariza a fim de permitir que essas pessoas prossigam e para a população dos municípios. Com esses atolamentos, os caminhoneiros gastam mais tempo e combustível para chegar a seu destino, desencadeando consequências como cansaço e prejuízos a eles e seus empregadores devido à necessidade de maiores gastos com reparos em caminhões e possíveis perdas de mercadorias. Com os constantes rebocamentos, os maquinários cedidos pelas prefeituras e proprietários rurais podem sofrer danos e, no caso dos equipamentos públicos, seu simples uso nesses trabalhos pode estar impedindo a realização de obras de infraestrutura urbana, como pavimentação e reparos ou ampliação de redes de água e saneamento básico. E quem habita o campo, em caso de acidente ou problema de saúde, precisa ficar mais tempo esperando por uma ambulância ou viatura dos bombeiros que, se conseguir chegar, também vai demorar um bocado para chegar a uma unidade de saúde, além de não poder frequentar regularmente a escola ou a faculdade para adquirir formação suficiente que lhe permita uma maior e melhor contribuição para o progresso social e econômico da região.

É preciso que as autoridades municipais e/ou as entidades que representam os interesses de cada grupo da população da cidade (como os sindicatos rurais e as instituições estudantis, por exemplo) reunam-se no intuito de organizar algum tipo de protesto ou outra medida que exija do Ministério Público e da própria Justiça para que sejam mais durões com o governo, impondo-lhe multas mais altas em caso de desobediência à determinação e punindo-o por eventuais irregularidades na gestão dos recursos públicos que estariam contribuindo para a continuação desse problema, que já se arrasta desde as administrações anteriores. Se esse panorama não for alterado, o progresso não conseguirá chegar às cidades, impedindo maiores índices de crescimento econômico e de geração de empregos a seus habitantes, aos quais a possibilidade de um melhor acesso a saúde, educação, infraestrutura urbana e outros serviços não passará de um desejo.

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