Prefeituras dão pão e circo ao povo

No fim do último mês foi inaugurado em Parnamirim, na região metropolitana de Natal, no Rio Grande do Norte, o Cine Teatro Vereador Paulo Barbosa da Silva, destinado aos artistas locais para espetáculos e cursos em todas as artes: o prédio, construído em parceria com a Prefeitura e o Governo Federal, é dividido em dois andares e constituído por uma caixa cênica, quatro auditórios, espaço para galerias, praça de alimentação, entre outras dependências; o evento contou com apresentações musicais, teatrais e de grupos de dança. Na noite desta sexta-feira, houve, em Salvador, na Bahia, shows do cantor Léo Santana (ex-vocalista do grupo Parangolé, que fez sucesso com a música "Rebolation") e a banda de arrocha Asas Livres em comemoração à conclusão da reforma da Orla de São Tomé de Paripe e Tubarão, promovida também pela Prefeitura; além disso, brinquedos de parques de diversões, entre eles uma roda-gigante, estão à disposição dos soteropolitanos no local da cerimônia, a praça de São Tomé de Paripe, onde ficarão por alguns dias; a área agora conta com quiosques, alambrados, bicicletários, pista de skate, lixeiras, bancos e conjuntos de mesas e cadeiras, além de o piso, o terminal marítimo e o campo de futebol terem passado por reparos.

Esses locais terão muita utilidade para os cidadãos. O teatro de Parnamirim constituirá uma inportante vitrine para a divulgação das obras dos artistas regionais, aproximando-os mais da população do município e até do estado e do resto do país, alem do ingresso de mais gente (principalmente jovens) nas artes; e a orla de Salvador também vai dar mais opções de convívio social e prática de esportes ao pessoal da cidade.

Só que, nessas localidades, os serviços públicos apresentam deficiências, como falta de estrutura nas unidades de saúde e altas taxas de violência; então, primeiro deveria-se fazer ações para aumentar a eficiência do atendimento prestado por esses setores e depois promover essas obras para que os habitantes possam usufruir delas. Essas dificuldades impedem isso, não só devido à insatisfação dos moradores; no caso da orla, que é, entre esses lugares, o cujo acesso é mais liberado por ser aberta e, portanto, mais vulnerável à visita de criminosos, as vidas e bens dos frequentadores e os equipamentos instalados são um prato cheio para essas pessoas mal-intencionadas, capazes de furtá-los ou destruí-los.

É provável que os administradores estejam fazendo isso para agradar o povo e conseguir mais votos nas próximas eleições, como faziam os romanos, e também ajudar os candidatos a deputados, senadores e governadores que estão apoiando nestas. Mas os parnamirinenses e soteropolitanos têm que avaliar, na hora de votar, se os representantes que selecionaram realmente colaboraram para o progresso da sociedade.

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