Grupo de comunicação joga sujo na campanha

Em agosto, a Justiça Eleitoral do Amapá determinou que o Grupo Beija-Flor de Comunicação, composto pela Tv Tucuju, afiliada da Rede TV! e várias rádios que abrangem diversos municípios, ficasse fora do ar até este domingo por fazer reportagens e propagandas ofensivas à coligação Frente Popular a Favor do Amapá, do governador e candidato a reeleição Camilo Capiberibe (PSB) em benefício à candidatura de Waldez Góes (PDT) ao governo, de Gilvan Borges (PMDB) ao Senado; o conglomerado empresarial pertence à família de Gilvan. As emissoras só poderiam funcionar para a transmissão do horário eleitoral e informar por que estavam fora do ar. No fim do mês passado, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, concedeu uma liminar que autorizava o retorno de funcionamento da rede. Mas, nesta sexta-feira, o Tribunal Regional Eleitoral amapaense determinou novamento a suspensão das atividades da TV Tucuju até o dia 9 por ela ter veiculado propagandas eleitorais fora do horário permitido entre os dias 16 e 22 de setembro; a direção da empresa já recorreu da decisão no TRE-AP e no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

É obrigação da imprensa se opor a ações governamentais que desrespeitam os direitos do povo. Mas, certas vezes, ela age como se estivesse fazendo isso, só que de forma agressiva, para denigrir a imagem das pessoas ou instituições envolvidas na política, o que é nocivo a estes e a todos os cidadãos. Esse complexo midiático do Amapá pode estar se encaixando nesse perfil por ultrapassar os limites da liberdade de expressão em favor das vontades de seus donos, que possivelmente ambicionavam a tomada do poder para comandar a unidade federativa à sua maneira.

Camilo Capiberibe não parece ser santo, pois já foi suspeito de envolvimento em escândalos de corrupção, como o "escândalo das 35 contas bancárias", mas Waldez também não é flor que se cheira. Seus defensores estariam, então, encobrindo os erros de seu governo por meio das críticas exageradas ao adversário.

Essa baixaria toda poderia ser evItada se as candidaturas de ambos ou de um deles fossem rejeitadas se tiver sido comprovada a veracidade das acusações. O risco de essas confusões acontecerem também diminuiria se donos de meios de comunicação fossem proibidos de ingressar na carreira política e se quem ocupa cargos em organizações governamentais não tivesse permissão para adquirir empresas do ramo.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Omissões que soterraram vidas e sonhos

Justiça de novo em busca de garantias de retidão

A solidez do inédito nível de apoio que Lula recebeu para voltar aonde já esteve