Membros de governo que quase acabou com o Camboja passarão o resto da vida na cadeia

No dia 7 do mês passado, um tribunal apoiado pela ONU (Organização das Nações Unidas) em Phnom Penh, capital do Camboja, país do Sudeste Asiático, condenou a prisão perpétua por crimes contra a humanidade os dois principais líderes ainda vivos da antiga organização comunista Khmer Vermelho: Nuon Chea, considerado o "número dois" do regime e ideólogo do mesmo, e Khieu Samphan. Outros membros do grupo já haviam sido julgados há alguns anos. O Khmer Vermelho é responsável pela morte de cerca de 2 milhões de pessoas durante o período em que governou o Camboja, de 1975 até 1979, quando foi derrotado depois que o exército do Vietnã invadiu o país. Durante todos estes anos, os cambojanos que residiam em áreas urbanas foram forçados a evacuá-las para viver e cumprir jornadas excessivas de trabalho no campo, tendo direito a um curtíssimo intervalo para apenas descansar (não se podia dormir) e a se alimentar somente com pequenas quantidades de arroz. Escolas, o dinheiro e atividades que não tinham relação com o trabalho agrícola, como as artes em geral, a religião e todas as demais profissões (incluindo às relativas à saúde), foram abolidos. Quem, de qualquer forma, se opusesse ao governo era torturado e assassinado. As mortes foram causadas tanto pelas execuções quanto pelo trabalho pesado e doenças. O principal de todos os líderes do regime era Pol Pot, que morreu em 1998.

Antes de o khmer Vermelho subir ao poder, o Camboja com certeza gozava de uma situação socioeconômica razoavelmente boa, apesar de confrontos que haviam atingido aquela nação; até Phnom Penh era considerada a cidade mais bonita da Ásia. Mas, em julho de 1975, com a intenção de construir um "novo homem", os facínoras assumiram o comando e avacalharam o que ainda havia de bom; além das enormes perdas humanas, a sociedade e a economia cambojana enfrentam sequelas como a pobreza. A soma de uma possível incapacidade do governo em administrar adequadamente as contas públicas com os estragos causados pelos genocidas dificulta o progresso.

Os historiadores, sociólogos e outros especialistas acreditam que o Holocausto nazista tenha sido o pior crime contra a humanidade; isso é lógico se for levado em conta o número de mortos pelos alemães (mais de 6 milhões) e a motivação (intolerância religiosa, étnica e política). Mas, se utilizarmos como critérios a forma como os extermínios se deram e suas consequências, os atos cometidos pelos carrascos comunistas podem ser classificados como a mais devastadora crueldade cometida pelo homem contra si mesmo; qualquer cidadão cambojano podia ser vítima (bastava ele apenas parar a tarefa que estava executando, por exemplo), o que influencia na situação atual deste povo.

Pois é! Apesar dessas e outras atrocidades praticadas mundo afora por comunistas, ainda há retardados defendendo essas ideologias. É claro que os donos de propriedades privadas não vão entregá-las ao Estado numa boa, o que acaba forçando os governos que querem implantar as ideias de Karl Marx a utilizarem a violência. E, ao contrário do que os marxistas pregam, esse sistema socioeconômico não leva as sociedades humanas ao progresso, e sim à estagnação, já que os indivíduos são submetidos ao total controle do estado, passando a viver e morrer por ele. Dizem que o capitalismo explora o homem, o que é verdade, mas o socialismo, o comunismo e afins fazem isso com mais intensidade. Seguidores dessas doutrinas deveriam ser punidos, da mesma forma que alguém que faz apologia ao nazismo e ao crime em geral. Se quiserem que seus países alcancem níveis maiores de desenvolvimento, os governantes têm que controlar os gastos públicos para que os investimentos nos serviços fornecidos à população sejam feitos na quantidade e de modo corretos; também se fazem importantes ações para evitar a corrupção.

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