Problemas com quimioterapia podem ter matado cinco pacientes

No início do mês, três mulheres que faziam tratamento de câncer na Santa Casa de Campo Grande, aqui no estado, morreram após passarem por sessões de quimioterapia. Elas apresentaram graves reações adversas depois de serem medicadas com leucovorin e 5-fluorouracil. Familiares de dois rapazes que, em fevereiro, sentiram os mesmos sintomas e também morreram após receber os mesmos medicamentos querem que estes casos também sejam elucidados. A suspeita é de que houve erros durante o preparo ou a aplicação dos quimioterápicos. A Polícia Civil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e uma comissão formada por funcionários da Santa Casa estão investigando o caso. Os serviços na área de oncologia do hospital eram prestados pelo Centro de Oncologia e Hematologia de Mato Grosso do Sul, empresa privada que tinha como um dos sócios o médico Adalberto Siufi, que foi investigado psla polícia por suspeita de envolvimento em um esquema cujo objetivo era monopolizar e privatizá-los. A Associação Beneficente de Campo Grande (ABCG), entidade mantenedora da Santa Casa, antecipou o rompimento do contrato com a empresa devido à demora desta em notificar o hospital e a ANVISA sobre as mortes. Novos profissionais serão contratados.

Manusear remédios quimioterápicos não é tão fácil e simples assim, ao contrário do que acontece com os medicamentos para dor de cabeça, por exemplo. Esses fármacos destinados a tratamento de câncer só podem ser administrados aos pacientes por profissionais muito bem capacitados; se, ao serem usadas corretamente, essas substâncias já causam efeitos colaterais, como enjoos e a tão conhecida queda de cabelo, erros durante a aplicação (tais como superdosagem, ou seja, doses acima das permitidas, ou uso junto a outros medicamentos cuja combinação é contraindicada) podem causar graves complicações e até a morte. Esses problemas podem ter contribuído para o falecimento das três mulheres e também dos dois rapazes, pois, se tudo estivsse certo, apenas um ou outro paciente apresentaria essas reações adversas mais graves, já que a probabilidade de elas ocorrerem seria mínima.

Essa história é caso de polícia! As investigações devem ser muito bem conduzidas para que se chegue aos verdadeiros culpados, que merecem ser condenados a muitos anos de cadeia; e as autoridades precisarão fazer de tudo para que essa pena não seja alterada. E agora, com a contratação de novos funcionários, esperamos que essas irregularidades tenham fim; é muito importante que isso aconteça, pois elas diminuem as possibilidades de cura do câncer e também contribuem para o agravamento da doença, o que gera ainda mais sofrimento para os pacientes e seus familiares e amigos.

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