Um herói do meio ambiente

O jovem Boyan Slat, de 19 anos, residente nos Países Baixos (também chamados de Holanda, apesar de este não ser o nome correto, pois já é usado para se referir a duas províncias da região: Holanda do Norte e Holanda do Sul), iniciou uma campanha para arrecadar U$$ 2 milhões (dois milhões de dólares), que serão usados na execução de um projeto cujo objetivo é limpar metade do Oceano Pacífico em dez anos. Serão instaladas barreiras flutuantes dotadas de braços capazes de reter o lixo, que será posteriormente recolhido. O projeto não oferece riscos aos seres vivos marinhos e, de acordo com alguns estudos, é viável. Vários cientistas, ambientalistas e pesquisadores estão apoiando essa iniciativa. O jovem teve a ideia quando, aomergulhar no litoral da Grécia, percebeu que havia mais lixo do que peixes.

Isso mostra que, apesar das muitas barbaridades que ocorrem mundo afora em razão da ignorância do ser humano, resultante sua intolerância política, social e religiosa, ainda há gente fazendo sua parte para melhorar o bem-estar da humanidade. Certamente, o dinheiro que está sendo arrecadado e a experiência pessoal de Boyan Slat ao visitar a Grécia não são os únicos fatores que estão ajudando a colocar essa ideia em prática; a qualidade da educação pública oferecida aos estudantes dos Países Baixos, que sem dúvida é altíssima por tratar-se de um país desenvolvido, também pode ter sido um importante incentivo. Em países subdesenvolvidos, como o Brasil, provavelmente há pessoas que também têm ideias muito inteligentes, mas estas acabam se tornando sonhos impossíveis devido aos ineficazes investimentos dos governos em melhorias na educação e aos poucos estímulos às pesquisas científicas.

Esse projeto de Slat tem que se estender para os outros oceanos. E os governos dos países litorâneos devem realizar ações de conscientização para evitar que as pessoas que estiverem em praias ou embarcações joguem lixo no mar e punir rigidamente, com multas e/ou até prisão, quem insistir em fazer isso. Caso contrário, o esforço que o jovem está fazendo para diminuir os impactos ambientais resultantes da sujeira no mar será inútil.