Confusão durante reintegração de posse

Nesta sexta-feira, foi realizada no bairro Engenho Novo, no subúrbio do Rio de Janeiro, uma operação policial para retirar milhares de pessoas que, por não ter onde morar, invadiram um terreno e um prédio pertencentes à empresa de telefonia Oi, nos quais construíram vários barracos. As moradias improvisadas foram demolidas e vários moradores entraram em confronto com a polícia. Eles dizem que os agentes agiram com truculência. Muitas pessoas ficaram feridas, entre elas policiais e crianças. Ocorreram diversos atos de vandalismo; carros (incluindo viaturas da polícia), ônibus, caminhões e o último andar do edifício foram incendiados, agências bancárias foram depredadas e estabelecimentos comerciais foram saqueados. Várias pessoas envolvidas nas badernas foram presas.
Para acabar com essas invasões de áreas públicas e privadas, o governo precisa melhorar as políticas públicas na área de habitação. As pessoas que invadem esses locais sabem que estão erradas; o problema é que elas não têm condições de comprar casa própria nem pagar aluguel e os programas de habitação não são suficientes para atender a todos os necessitados (e, para piorar, ainda ocorrem irregularidades; no país inteiro, muitas casas populares são ocupadas por pessoas que não precisam delas nem um pouquinho!). E essa situação prejudica tanto os proprietários das localidades invadidas quanto os invasores, que erguem moradias improvisadas em péssimas condições.
O povo deve protestar mesmo! Mas a violência e o vandalismo não nos ajudam a alcançar nossos objetivos. Essas práticas só causam prejuízos de vários tipos à sociedade e contribuem para o preconceito contra certos grupos sociais envolvidos nas manifestações; esse episódio ocorrido no Rio de Janeiro acaba incentivando o preconceito contra pessoas que moram em favelas. E as suspeitas de truculência por parte da polícia precisam ser investigadas para que os agentes que cometeram excessos sejam punidos; afinal, estas ações não condizem com a verdadeira missão da corporação, que é proteger a sociedade contra os criminosos, e não agir como eles.

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